segunda-feira, 17 de março de 2014

Sabado - Audax 400 DAP (Lapa) - 15 - 03 - 14

Esse fds foi o dia de mais um BRM. Pra continuar a saga fui fazer no Clube Do Atlantico ao Pacifico (DAP, mesmo pessoal da Lapa). Novamente consegui a boa companhia do grande amigo Manoel para estar junto e realizar este desafio.
A prova estava marcada para iniciar as 5h de sábado, então os preparativos começaram cedo. Saímos de Joinville as 2:30 da manhã até Curitiba onde seria a largada.


Fomos quase os primeiros a chegar, até estranhamos, mas bom que estávamos com tempo. Ao poucos foram chegando o restante do pessoal e dentre eles muitos rostos já conhecidos. Como o brevet desses caras do DAP não é fácil estava claro no numero de participantes, 12 inscritos pra encarar esse BRM de 400 km e mais de 6000 m de altimetria.


Antes da largada um briefing com informações importantes do evento e lá vamos nós.


A saída foi um pouco fria, mas o céu estrelado mostrava que sentiríamos saudades do frio durante o dia. Logo na saída fomos agraciados com a bela imagem da lua cheia ao longo do horizonte.

Durante os primeiros km´s muito trecho foi de descida. Nesse trecho comecei observar que o pneu dianteiro estava formando uma bolha e quando parei pra verificar a bolha estourou, na verdade era a camara que havia escapado pelo pneu. Detalhe pneu novo e calibrage, dentro do permitido. Pensei em desistir pois o pessoal que estava comigo não se atentou que eu parei e nem ouviram eu chamar e como estava sem pneu reserva achei que não conseguiria mais arrumar. Resolvi tentar colocar o pneu e usar uma calibragem menor na camara pra não escapar. Deu certo! Segui o rumo agora sozinho pois faltavam 20 km para o PC1 ainda.


Antes do PC1 tinha a subida da serra de São Luis do Purunã, aqui as pernas balançam, porém depois é só curtir a descida até quase o Pc1.



Lá encontrei o restante da turma e o Maneca que estava preocupado com meu sumiço, pois alguns diziam que eu já havia ido pra frente e outros diziam que eu estava pra trás.
Neste Pc só tomei um café, pois ainda nem estava com fome e logo sai.




Na saído do Pc o trecho também ajuda, é a descida do Papagaio, lugar com alguns cannyons, que devido a vontade de aproveitar a descida não deu pra registrar muito bem.



Logo a frente já mudamos de estrada, entramos na rotatória sentido a Porto Amazonas, Lapa e Campo Tenente, onde teríamos o PC2. Nestre início da estrada estavam pedalando com a gente o Chris e a Rafa de Floria e o Paulo de Curitiba, no inicio da estrada o Chris ainda fez uma observação que ali começaria a baixaria, como conhecia um outro trecho casca grossa que passaríamos na parte da tarde entre São Mateus do Sul e Palmeira, perguntei pra ele se o outro não seria a baixaria, ele respondeu que o outro já é Pu**ria, menos mal. A estrada muito boa para pedalar e bem pacata, quase sem movimento nenhum.




Chegamos na Lapa e ali mudamos novamente de estrada, agora sentido a Campo Tenente. Pra varia outra estradinha bem cuidada e pouco movimentada.


Curioso nessa estrada de acesso a Campo Tenente é uma ponte estreita onde só passa veiculo em 1 sentido. Como não tem muito movimento foi tranquilo a passagem por ali.



Chegando no trecho da civilização era claro que estaríamos próximo ao PC2 de Campo Tenente, isso já eram por volta de 10:30 da manhã e o calor era forte nessa hora.



Chegamos ao posto que era o PC2 e lá estavam o Egon (in memorian) e o Chagas num papo descontraído. Sentamos com eles, comemos e bebemos algumas coisas e logo chegaram o Chris e a Rafa e depois o Hélio e o Paulo. Programamos ficar por ali uns 30 min.






Saímos as 11 horas com um sol forte. Agora estávamos na Br 116, sentido Mafra, Três Barras.
Um pouco antes de chegar em Rio Negro passamos por uma ponte em obras e com a sujeira das obras acabei furando o pneu traseiro. Até que não foi ruim a parada, pois paramos na sombra e pegamos uma boa brisa durante a parada, porém nada de amolecer, fizemos a troca rapidinho, sempre contando com a ajuda do Maneca e seguimos.


Passamos o pedágio da rodovia e logo estávamos em Rio Negro. Esta cidade da minha digníssima esposa, inconfundível pelo forte cheiro de fumo devido a uma usina de processamento existente ali.




Como é bom voltar pra Santa Catarina.. rsss... Em Mafra começaram a surgir as placas indicando Joinville e São Bento do Sul, poderíamos sair da rota da Audax e voltar pra casa, estava tão perto, só que não, fomos fortes e seguimos sentido a Três Barras, onde pra chegar tem uma boa subida.



Apesar de Três Barras estar a 42 km do trevo de acesso, nós encontraríamos a 12 km dali o PC3. Essa estrada é continuação de nosso tão conhecida Br 280. O Maneca já perguntava se íamos passar por São Francisco do Sul.. hehehe...

No Pc encontramos o Chris e a Rafa. Ela estava bem cansada, enquanto o Chris sempre de boa.




Aproveitamos para comer e beber nesse pc, pois era por volta de 13:30 com um calorão.

Logo antes de sairmos ainda apareceu o Hélio e o Paulo, mas não tivemos muito tempo pra conversar pois já estávamos de saída.

Agora o objetivo era São Mateus do Sul.
Um pouco antes de chegar em Três Barras levamos um bom banho de chuva de verão e um vento que chegaram a assustar, mas ainda bem que foi passageiro, porém o suficiente pra se molhar.




Cruzamos a cidade de Três Barras e logo atravessamos novamente a divisa de estados SC/PR, mais uma vez a divisa feita pelo Rio Negro.






No caminho até São Mateus do Sul pegamos mais uns 2 temporais de verão, o primeiro até que foi tranquilo, mas o seguindo o caldo foi grosso.




Na chegada em São Mateus do Sul já não chovia, porém com o vento de final de tarde e molhados que estávamos o temperatura do corpo baixou bastante. Fomos até o posto onde era o PC3, conversamos com o Padilha da organização e resolvemos hidratar e comer em uma panificadora da cidade.




Nesta parada combinamos de ficar por 1 hora, pois o trecho a seguir seria a tal da Pu**ria que comentamos mais cedo, então nada melhor deixar o corpo relaxar um pouco mais pra se preparar pro trecho seguinte. Até aqui foram 250 km com 3000 m de altimetria.




Daqui pra frente o trajeto seria o mesmo realizado no 300, porém com uma vantagem que teríamos ainda algumas horas de dia pelo trajeto, pois no 300 foi tudo no escuro.

Saímos dali por volta de 17:30 e logo de cara uma subida pra ficar bem ciente de como será o trecho.


A vantagem de pegar o trecho ainda de dia é que podemos ver o que nos espera a frente e nos preparar, por exemplo, se vemos o tamanho da subida já nos embalamos para subir, se isso for na parte da noite já no inicio de qualquer subida aliviamos pois não sabemos onde ela acaba, então nem forçamos pois não sabemos onde vai dar, mas como ainda pudemos aproveitar boa parte do trecho de dia, fomos bem melhor que no 300.

Tão logo o dia escureceu e as subidas começaram a se tornar maiores. Ai não teve jeito. O negócio foi aliviar e subir girando. Chegou um momento que o Maneca queria subir o quanto antes os morros na esperança de ser o ultimo.




Depois de mais de 2 horas de sobe e sobe e sobe e desce, chegamos ao viaduto de acesso a Br 277 e também PC 3 que fica bem na saída do viaduto.
Ali estava o Eduardo esperando o pessoal e passando as ultimas coordenadas. Por sinal esta vez ainda encontramos este posto aberto, era por volta de 21h, porém não estava com fome, só comprei algo para beber e seguir pros próximos 74 km finais.


Daqui pra frente não pensa que seus problemas acabaram, pois ainda tinha bastante subida pela frente, um pouco menores, mas ainda difíceis, ainda mais depois de 330 km pedalados.

A primeira subida dificil é a dos cannyons e a serra do papagaio. Uma logo em seguida da outra, em ambas tem 3ª faixa na pista.
Durante a subida da serra do papagaio passamos por um acidente, mas nem demos atenção, pois não havia batida, mas enfim, seguimos. Menos de 1 km a frente chega o carro da organização nos chamando e dizendo que neste acidente havia ocorrido a morte de um colega (Egon Koerner Junior) que estava participando do evento com a gente. Neste momento passou um filme pela minha cabeça, vários sentimentos de inutilidades perante uma noticia tão ruim de ser digerida, ainda mais pelas circunstancia do fato, pois pra varia um bêbado em alta velocidade atropela um ciclista. Detalhe que estavam em 2, o Chagas desviou para um lado e o Egon para outro, porém o lado que o Egon foi, não teve sorte e ainda assim foi atingido e faleceu no local do acidente.
O Moisés já comentou que estava cancelando o brevet e pediu para aguardarmos. Esperamos por 2 minutos e conversamos com ele que iriamos seguir, pois faltavam apenas 50 km e não saberíamos o tempo que ele teria que desprender ali naquele momento, além do que se aguardássemos ali não somaríamos em nada.

Seguimos nosso caminho com receio de todos carros que passavam por nós, palavras eram quase inexistentes no caminho, eu e o Maneca cada um em silencio segui o seu caminho.
De tão distraído que estava acabei furando o pneu por pegar um buraco. Paramos para trocar e ai conseguimos trocar algumas palavras ainda.


Depois da descida da serra de São Luis do Purunã ainda tem bastante subida até chegar em Curitiba, como era em torno de 1 da manhã o medo dos carros se tornava maior e o desejo de chegar maior ainda.

Chegamos na associação Viking por volta da 1:30 da madrugada. La estava o Moisés e esposa e o Rodyer. Não tivemos muito que comemorar, como em outros brevets, pois este não foi tão perfect como os outros. Era notório o sentimento de tristeza no rosto de cada um.


Sabemos que nosso esporte não apresenta muita segurança, pois mesmos estando com coletes refletivos, luzes dianteira, traseiras, capacete, ainda estamos a mercê de ocorrências de pessoas imprudentes que não respeitam as leis de transito.

Pois é guardamos nossas coisas e retornamos ao nossos lares, felizes por completar um brevet tão técnico e com uma altimetria dificil, porém muito triste por perder um grande amigo durante o evento.

Deixo aqui minhas sinceras condolências aos familiares desse grande cara e também ao pessoal do DAP que ficou consternado com esse acidente em seu evento.


3 comentários:

  1. No 300 falei nunca mais iria na Lapa... Mas não consigo correr de um grande Desafio!!
    Então aceitei seu convite e fiz muita, mas muita força para completar esse Audax 400!
    A prova foi cancelada, mas recebendo ou não o Brevet, concluímos a prova com muitas horas de sobra! Meus sentimentos à família do nosso colega Egon.

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  2. Parabens Cabelo , por mais um brevetaço... muito foda o que aconteceu com o rider Egon, fiquei sabendo domingo de manhã e, assim como todos audaxiosos, meu dia foi de extremo baixo astral.. abção rider

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  3. Belo relato Cabelo e parabéns por concluirem mesmo já sabendo que estaria cancelado, com certeza o Egon teria gostado disso. Além do que esse relato me anima para o que me espera no segundo semestre. Um forte abraço.

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