segunda-feira, 11 de maio de 2015

Estrada Graciosa - 09 - 05 - 15

Depois de quase dois anos, voltamos para a edição comemorativa da Estrada da Graciosa. A primeira vez fomos em 16 de fevereiro de 2013, período ainda de verão. Essa vez devido alguns desencontros tivemos que ir nesse mês de maio, e pra ficar melhor ainda tivemos a presença do nosso grande amigo Hamilton que se deslocou diretamente do Rio Grande do Sul para prestigiar com a gente esse desafiador pedal.

Pois bem, marcamos o ponto de encontro no posto Rudnick como no outro evento. Como o Hamilton pousou aqui em casa saímos um pouco antes das 03:30h em direção ao posto. O céu estava estrelado, mas o frio era grande, no gps marcava 13ºC.



Chegamos no posto e o Maneca já estava lá nos aguardando e aproveitando pra pegar água e não correr o risco de ficar sem pelo caminho. Nos cumprimentamos e ficamos aguardando o senhor Jeferson que foi quem organizou o evento.



Passado alguns minutos das 4h o rapaz aparece, muito bem, fizemos as fotos oficiais e vamos pedalar que esta bem frio.



Na saída o Hamilton já foi pras cabeças e começou a puxar o pelotão, não tinha diferença no plano ou subida, a cadência era sempre a mesma. Como estava frio queria mais fazer força e esquentar mesmo.



Passamos Garuva, passamos o pedágio e logo começamos a subir a serra, nesse momento já começou a dividir o pelote, na frente o Hamilton com o Manoel e mais atrás o Jefo e eu. Resolvi aliviar na subida que meu cassete não favorece muito e como o dia era longo não forcei e acabei ficando um pouco distante do Jefo, mas sempre que possível eu pegava um vácuo de um caminhão e tentava alcançar ele.

A subida sem acostamento e no escuro da madrugada é complicada, tenho muito receio pelos caminhões que passam perto e em alta velocidade, mas por sorte mais uma vez não aconteceu nada além de uns empurrões pra fora da pista.. hehehe...

Chegamos ao primeiro ponto de parada (no antigo posto da PRF) e só encontramos o Manoel nos aguardando, o Hamilton que se distanciou dele já havia seguido. Tentei ligar pro celular dele, mas não tive sucesso, porém ficamos com esperança de encontra-lo no posto novo da PRF coisa de 1 km a frente.


Quando voltamos para estrada o frio apertou. Chegamos na parada com 9ºC e ao sair já estava quase 8ºC. Para aliviar o frio recorremos para o recurso que tínhamos e o Maneca não pensou duas vezes em usar o seu recurso disponível e eu queria sair com a cara coberta. Até a água que pegamos na parada estava muito gelada.


Fonte: Manoel Behnke


Saímos da parada e logo chegamos ao novo posto da PRF e lá encontramos o Hamilton se escondendo do frio e usando papel higiênico de forma indevida.. hehehe.. Se enrolou de papel pra ajudar a aquecer mais o corpo que estava bastante suado.



Todos agrupados agora vamos voltar a pedalar pra ver se o corpo aquece novamente.

Conforme subíamos mais a temperatura caia. Cheguei a verificar no GPS 6,5 ºC, mas registrei somente na foto os 7ºC, entretanto o sol que começava a nascer mostrava a beleza que seria o dia.








Um pouco de sobe, sobe e ai desce pra chegarmos até a barragem da Vossoroca, onde não deu de passar sem parar para algumas fotos.

Fonte: Manoel Behnke



Da Barragem ainda faltam muitos Km´s até a saída para Br 116, então vamos continuar o sobre e desce, porém agora o ritmo fluía um pouco melhor, mais constante.

Passamos pelo SOS da APLS e acabamos resolvendo fazer uma parada extra pra tomar um café quentinho e aquecer um pouco o corpo que sofria do frio.

Fonte: Manoel Behnke


Depois dessa parada tocamos o bonde direto pra logo pegarmos a BR 116, tinha bastante chão ainda até a próxima parada pra se alimentar.
Seguimos pelo caminho e logo avistamos a placa tão esperada pra acessar a 116, pois ali o ritmo seguiria mais constante, não tem tantas subidas como na 376.




Na entrada da 116 já temos outro ponto que é definido no cronograma para registros fotográficos que são as placas que informam a distancia para o litoral do PR.



Sempre quando tem paradas alguém se atrasa pra sair e não foi diferente, perdemos alguns minutos, mas tudo certo, não tinha horário de abertura e fechamento de pc nesse dia.. hehehe...
Agora saímos em direção ao posto que seria a parada antes de chegar na estrada da graciosa. Seriam aproximadamente 40 km até o local. O Hamilton foi pras cabeças e tentou puxar o bonde, mas não dava certo, sempre ficavam alguns pra trás e eu me incluía nesses.




No trajeto passaram por nós várias bikes no sentido contrário, até que um grupo de triatlon passa por nós e cumprimenta, não pensei duas vezes, colei na roda dos caras e fui atrás. O ritmo deles estava mais tranquilo de acompanhar então segui com eles até perto da parada, onde nesse trajeto o Hamilton tentou fazer uma frente para puxar os caras, mas o mesmos deixaram esse oportunidade passar, não quiseram andar na roda do Hamilton (não sabem o que perderam.. hehehe). Chegamos na parada e aguardamos o Jefo e o Maneca pra começarmos a alimentação e hidratação. Fomos tirando um pouco das roupas de frio pois a temperatura ja era mais agradável. O horário foi melhor que o esperado, eram por volta de 10:40 da manhã.


Fonte: Manoel Behnke



Partimos para os próximos 8 km até o acesso a estrada da graciosa e o portal digno de várias fotos, ah e desta vez não me animei com a placa falsa de acesso a estrada da graciosa.



Fonte: Manoel Behnke







Ops, vamos aproveitar a parada e fotografar a placa oficial da estrada pra na próxima não precisar parar.




A beleza de pedalar nessa estrada até me fez esquecer que antes de descer os 10 km ainda tinha um trecho que tinha que subir, pois nada vem de graça, nem uma descida pro ciclista.. hehehe...





Nesse dia em questão não estava tão feliz com a descida, pois dos 10 km do trajeto, uns 7 km ou mais são de paralelepípedo, onde pras speed não seriam muito agradável ainda mais numa descida.



Assim que acabou o asfalto só o Jefo não desanimou, pois de MTB com suspa nem se preocupou, enquanto eu e o Hamilton seguramos mais pra descer, o Maneca é o Maneca, não quer saber sempre no ritmo frenético desceu normalmente.






Durante a descida parei algumas vezes pra descansar as mãos e outra pra pegar a caramanhola que caiu da bike devido a trepidação.
O Hamilton vinha descendo imaginando o Paris Roubaix.



Quando cheguei no final do calçamento e vi a ponte que volta a ser asfalto já fiquei mais feliz, pois pelo menos iria parar de "bater queixo". Paramos para agrupar e logo seguimos.




Fonte: Manoel Behnke
Agora a descida não é tão íngreme, porém ainda ajuda a ganhar velocidade, então vamos aproveitar a lei da gravidade.
Agora o objetivo era cruzar a cidade de Morretes e chegar até a Br 277 onde teríamos outra parada, esse trecho compreende quase 50 km.






No acesso a br 277 o grupo decidiu por não ir até o retorno (coisa de 1 km) e resolvemos em cruzar a pista, nessas alturas só queríamos chegar o quanto antes.



No trecho até chegar a br 277 viemos com vento, mas quando começamos na 277 percebemos que antes não era nada de vento perto do que encontramos aqui, mesmo assim o Hamilton foi pras cabeças e puxou o pelote até o SoS da Ecovia.


Chegamos no posto da Ecovia e nossa alimentação não estava no local (exceto a do Jefo que não largou sua mochila, mostrando ser um cara sempre prevenido e autossuficiente, palmas pra ele... hehehe) então pra não perder muito tempo só usamos o banheiro e pegamos água geladinha e "tocamos o bonde".


Entramos na estrada Alexandra que tem quase 30 km de muitas retas e algumas curvas, parece que não acaba nunca essa estrada, porém logo no início já podemos ver placas indicando a distancia de Joinville, nessa hora começam a ressurgir as forças, ainda mais que são quase 100 km até em casa.


No caminho da estrada o Hamilton nos chama atenção para seu pneu que esta descalibrado e ele acha que esta furado, mas mesmo assim pede pra tocarmos até algum local com comida ou bebida pra aproveitar a parada e se alimentar. Depois de alguns km´s rodando com pneu murcho a Talita passa com o carro onde estão os alimentos e para logo a frente, por coincidência um posto da PRE. Aproveitamos para comer e trocar os pneus, e que novela esses pneus. De um pneu que estava murcho, depois apareceu mais um pneu do Hamilton furado e antes de sairmos a bike do Maneca também estava com pneu furada, bora trocar tudo porque os bichos estavam famintos, era mosquito ou sei lá tirando sangue de todo lugar.









Agora todos com os pneus em dia vamos pedalar que ainda faltam alguns km´s até o ferryboat. Seguimos alternando as cabeças e puxando sempre no ritmo frenético até chegar na cidade de Matinho e Caiobá, onde devido o transito da cidade temos que ir um pouco com calma.



No ferryboat tivemos a surpresa da presença do Cassiano (Cassiba) que estava vindo de Joinville para nos acompanhar no retorno. Na hora já deu uma pilhada na galera com sangue e energia nova na área.
Aproveitamos a travessia da balsa pra contar um pouco da trip e de como seria o retorno e as demais paradas.







Na saída do ferryboat já temos aquela morreba pra entrar novamente no ritmo. Depois de subir é só girar que chegamos logo em Garuva.


Descemos o morro e ali alguns pararam pra um pipistop de emergência que não estava no cronograma, pois poderiam ter feito no ferryboat, mas tudo bem, acabei aproveitando para parar e checar um barulho que estava fazendo na minha roda dianteira. Logo que paro com a bike percebo o Jefo se aproximando e batendo nas minhas costas e me desequilibrando, pensei que fosse um tapa, mas que nada, acho que ele não tinha percebido que eu tinha parado e bateu com o guidão nas minhas costas, onde cai no chão, mas não me machuquei, só me arranhei um pouco, enquanto ele caiu e ralou os joelhos, ao ve-lo no chão me assustei com o acidente, pensei que tinha machucado mais ou pudesse ter sido algo mais sério. A batida foi tão forte que o guidão dele desalinhou da roda.



Depois disso não prestei mais, bateu um desanimo que nem pra conseguir acompanhar o pessoal eu tinha forças, como diz o Hamilton é o momento que os fantasmas ficam se aproveitando de nossa fraqueza. Queria tanto chegar em Garuva que seria a próxima parada que esse parece que foi o trecho que mais demorou, só pensava em chegar em Garuva e desistir, voltar de carro, não queria mais pedalar. Andava andava e nada de Garuva chegar, andei sozinho por um tempo, depois mais perto de Garuva o Jefo estava junto de mim até que no primeiro posto ele disse que precisava parar para ir ao banheiro que estava apurado. Eu me propus a seguir pra avisar o pessoal pra aguardar ele.
Nessa parada não tinha mais cabeça pra pedalar pois até ali já estava me arrastando, imagina dali pra frente, ainda pedalando sozinho, mas nessa hora recebi o apoio da minha digníssima e sempre companheira esposa que me deu uma baita força pra continuar.


Estava com o pneu da frente um pouco vazio e resolvi não trocar, mas pensei em ir rapido pra evitar dele esvaziar pelo caminho.
Logo na saída da 101 já dei uma pernada pra pegar o Cassiba que ia despontando solo nas cabeças. Pensei em pegar aquela roda e ir até onde desse. O cara estava com faca nos dentes e sangue nos olhos, pedalando muito e eu só aproveitando aquela roda, Quando percebi o pessoal estava pra trás. resolvemos tocar até a entrada do acesso industrial onde seria a possível despedida oficial pois o Jefo tocaria pela rodovia do arroz.
Ficamos acho que mais de 30 min aguardando o pessoal chegar pois nesse tempo deu de tudo, todos se separaram, o Hamilton furou o pneu sozinho e não tinha ferramenta nem câmeras, o Jefo parou em outro posto novamente apurado, mas logo logo estávamos todos inteiros e juntos.



Nos despedimos do Jefo e seguimos para Ottokar Doerffel, onde logo nos despedimos do Maneca e ficamos eu e o Hamilton para voltar pra casa.


Chegamos em casa depois de 17h e 50 min da partida, eram por volta de 21h. O cansaço era pequeno em meio ao prazer de estar junto dos amigos e da mulher amada. Foram quase 340 km de pedal e muita satisfação de poder concluir mais um objetivo do ano.
Obrigado ao Jefo pelo convite, ao Maneca, ao Hamilton e ao Cassiba pela fantástica companhia e muito obrigado a minha esposa por todo apoio e sempre parceira pra tudo.


Segue link do pedal: